Quantas vezes adiamos o almoço para não termos de esperar horas para entrar na piscina?
Mas afinal, é perigoso ou não entrar na piscina depois de comer?
Mário Jorge Santos, presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública diz-nos que “congestões e mortes por entrar na água depois de comer é um mito”, aliás, “do ponto de vista científico não existe congestão”.
O melhor mesmo é percebermos de onde surge este mito e qual o seu fundamento.
Ora, quando comemos, inicia-se um processo denominado de digestão e, aqui, uma grande quantidade do nosso sangue é dirigida para o sistema digestivo para que este processo decorra rapidamente e sem problemas de maior.
Estando o fluxo de sangue mais concentrado no sistema digestivo, entrar na água fria depois de horas ao sol, pode fazer com que este fluxo se desvie para os órgãos vitais, na tentativa de manter a temperatura normal destes órgãos.
E se o sangue é desviado do estômago, há uma grande probabilidade de dificultar o processo digestivo ou mesmo parar a digestão.
As consequências de uma paragem de digestão são enjoos ou vómitos.
Num caso extremo, caso haja um verdadeiro choque térmico, há o risco de provocar uma reação vasovagal, isto é, uma reação repentina leva o sangue para as extremidades em vez de o levar para o cérebro. Ao baixar repentinamente a tensão arterial, é possível provocar um desmaio. E é ao desmaiar dentro de água que surge o verdadeiro risco fatal, associado ao afogamento.
O mesmo aconteceria se depois de uma grande refeição fizermos exercício físico intenso – o sangue era desviado para os músculos.
Este verão, não espere para se divertir na sua piscina. Mas faço-o com alguns cuidados.
Ao entrar na água, molhe-se devagar e fique atento a sinais como enjoos, má disposição, dores de cabeça, vómitos. Mantenha-se protegido do sol e das altas temperaturas, use chapéu e protetor. Aposte em refeições leves e hidrate-se bem.